21 de setembro de 2011

ESCOLA: promotora e incentivadora de potencialidades e sonhos ou mera administradora de índices estatísticos?

A política escolar de resultados deve ser repensada



É fato comum fantasiarmos a escola quando somos crianças ou mesmo quando ainda não tivemos a oportunidade de frequentar uma. Um universo é criado em torno dessa ideia, criamos fantasias sobre como deve ser o dia a dia de uma escola – as salas, o pátio, os colegas, os professores, os conteúdos etc. Imaginamos a escola como um espaço alegre e participativo, onde vamos poder aprender coisas novas, fazer amizades, nos divertir... Acreditamos que na escola teremos acesso a um mundo totalmente novo, cheio de desafios e de recompensas; um lugar onde a figura do professor fará toda diferença, pois ele será o regente (mediador) dessas descobertas, a pessoa que nos mostrará os caminhos do conhecimento. Vemos no professor um exemplo a ser seguido, uma pessoa culta, que ama o que faz, que sente prazer em levar seus alunos a aprender e, além de tudo é um amigo! Imaginamos: puxa vida, eu vou estudar, vou à escola, vou ter um professor, aprender e me dedicar muito e, um dia, ser “alguém na vida”!

Contudo, diante da realidade escolar, muitos desejos, perspectivas e sonhos deixam de existir ao longo dos anos.
A escola que tanto sonhamos, desejamos, fantasiamos não é algo que existe na realidade, pelo menos na nossa atual realidade. A criança, o jovem, o adulto que chegaram tão repletos de expectativas ao mundo escolar vai aos poucos se desinteressando, se decepcionando com a realidade do que um dia foi um lindo sonho.

Fonte: Instituto Avisala

 Assistimos diariamente a uma “escola” cada vez mais fragmentada em seus objetivos: ser estimuladora e incentivadora de sonhos e conhecimentos. Não vemos mais o aluno como um ser de potencialidades e alguém com desejos e sentimentos, mas apenas como um número que deve produzir resultados positivos. Ao professor cabe a função de ocupar a mente desses alunos com os conteúdos exigidos e de, a todo custo, levá-lo a aprender e ter bons resultados. O professor ficou reduzido à função de condutor e incentivador de resultados – e, inúmeras vezes maquiador. Não percebem que ele mesmo precisa ser estimulado (positivamente), valorizado, pois na atual conjuntura escolar, não há lugar para seus sonhos e projetos de vida, só para os bons resultados.

Fonte: Capesesp

 Mas ainda há esperança! Nossa educação tem solução, dizem os especialistas.

Entretanto não é tarefa nada fácil. A política escolar de resultados deve ser repensada, o aluno tem que ser visto como um ser integral e não apenas como aquele que escuta e reproduz positivamente aquilo que “aprendeu”. E o professor? Ele tem que ter seu espaço de realização de sonhos reaberto e sua autoestima resgatada. Só assim, com alunos e professores valorizados, respeitados, estimulados e capacitados positiva e adequadamente poderemos esperar alcançar uma educação de qualidade – e, aí sim, de resultados positivos!


JOSSIVALDO ARAÚJO DE MORAIS


Licenciado em Filosofia (UECE), Especialista em Docência do Ensino Superior (ITOP), professor da rede pública do Estado do Tocantins.


Fonte: Surgiu.com.br
Disponível em: http://surgiu.com.br/noticia/18724/escola-promotora-e-incentivadora-de-potencialidades-e-sonhos-oumera-administradora-de-indices-estatisticos.html


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